Geral:

Arbusto que só excepcionalmente atinge porte arbóreo, com copa ampla e densamente ramificada desde o chão. Ramos principais muito numerosos, ascendentes e divididos. Raminhos cobertos por pêlos finos e castanho- amarelados.

Folhas:

As folhas são persistentes (2 a 3 anos), de forma oblonga. A margem é serrada a dentada e espinhosa, com 4 a 6 pares de dentes. Têm cerca de 3 cm de comprimento, muito coriáceas e luzidias nas duas faces, sendo verde-escuras na página superior e verde-amareladas na inferior.

Flores:

Espécie monóica, floração de Abril a Maio. As flores masculinas formam inflorescências, curtas, pendentes e amarelas. As femininas são solitárias ou reunidas por duas nas axilas das folhas.

Frutos:

Bolota ovado-lanceolada, com cerca de 3 cm, termina em ponta rígida, e tem um pedúnculo curto de 4 a 12 mm. Este fruto está inserido numa cúpula eriçada de escamas salientes, ou mesmo espinhosas. Maturação bienal

Casca:

Cinzenta lisa e mate quando jovem, fissurada e formando pequenas placas em arbustos adultos.

Ecologia:

É uma espécie de luz, heliófila, intolerante ao ensombramento, muito bem adaptada aos estios escaldantes e secos da região mediterrânica. Possui excelente adaptação aos solos pobres, pedregosos e secos, especialmente os calcários que protege da erosão.

Distribuição:

Originária do sul da Europa, é espontânea em toda a região mediterrânica. O carrasco é comum no Centro e no Sul de Portugal, nomeadamente nos baldios e encostas outrora cobertas de quercíneas (sobreiros, azinheiras). A sua expansão é favorecida pela degradação do manto arbóreo.

Utilização:

A madeira do Carrasco é semelhante à da azinheira, de boa qualidade, muito sólida, dura e pesada, mas devido à dimensão reduzida não tem grande aproveitamento. No entanto, as raízes mais grossas podem ser utilizadas para a produção de carvão ou lenha.

Observações:

As suas características morfológicas e ecológicas são das que melhor definem a vegetação degradada da Bacia do Mediterrâneo. Resistente à poluição urbana.